quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Do tempo




Há uma fissura humana por ele. Pelo mistério do tempo das coisas. Pela complexidade das coisas do tempo. Ao que não se controla ou se doma. Ao que não para ainda que finde. Ao que dita o início e o fim peço três dádivas divinas: paciência, paciência e paciência.

Peço-te o prazer legítimo 
E o movimento preciso 
Tempo tempo tempo tempo 
Quando o tempo for propício 

Caetano Veloso

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Alice no país das ironias


Me mandaram lembrar de esquecer o script. Mandaram esquecer de lembrar o roteiro.  E, num instante, a principal regra era dormir no ponto e acordar para a vírgula. Então continuei. Caminhei e foi possível ver sorrisos num bosque escuro. Lá, um passarinho me contou que amava a liberdade, e se prendeu a mim por livre e espontânea vontade. Me disse que ninguém segura o tempo quando passa e muda a direção do vento. Não há velas atadas que salvaguardem o destino certo. É curto o espaço entre o nunca e o agora. Entre o sempre e o fim e entre planos e promessas existe o acaso, o desvio, a surpresa. E aí, vejam só, nasceram pitangas em pleno inverno. Pitangas que crescem no meio da chuva. Encharcadas. Submersas... Agora a vida é isso: ouvir gargalhadas no silêncio.